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Opções de cargueiro leve para substituir o “Bandeirante” na FAB

Conforme apontamos em artigos anteriores, a FAB está procurando um novo cargueiro leve para substituir o vetusto Bandeirante, e o SkyCourier parece ser o principal candidato. Mas, caso ele não seja o escolhido, quais outras opções há no mercado.

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A título de comparação, o Embraer EMB-110 Bandeirante leva 18 passageiros ou 1.650 kg de carga. Sua porta de carga é lateral, não tem rampa, e suas dimensões são 1,90 m de largura por 1,37 m de altura. Seu alcance de travessia é de 1.964 km. Uma desvantagem do Bandeirante, e consequência da idade do projeto, são as reduzidas largura e altura do seu interior, com a consequente incapacidade de levar containers aeronáuticos padrão, como o LD3, que surgiu depois do seu primeiro voo, bem como diversos outros sistemas militares de dimensões / pesos incompatíveis. No final do artigo vamos incluir uma tabela com os dados das diversas aeronaves.

DESAER ATL-100

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A Desaer é uma empresa brasileira que está se preparando para produzir alguns modelos de aeronaves muito interessantes, e na categoria do Bandeirante ela deve começar a produzir, em breve, o ATL-100.

O ATL-100 se encaixa como uma luva na categoria do Bandeirante – assim como o SkyCourier, ele é capaz de levar 3 containers LD3 ou 19 passageiros, com alcance máximo consideravelmente superior, de 3.700 km, bem como a elevada capacidade de carga de 2.517 kg.

Algumas de suas configurações ainda estão em aberto, como os modelos dos motores, mas a porta de carga tem que ser grande o bastante para caber os containers LD3 (1,54×1,63m).

PZL M28 SKYTRUCK

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A PZL polonesa, que agora é parte do conglomerado Lockheed Martin, produz uma excelente aeronave na categoria, o M28 Skytruck. Sua porta traseira, embora não conte com rampa, é bastante ampla, com 2,6×1,2m.

O M28 é extremamente robusto e com um grande alcance. O GBN Defense conheceu a aeronave bem de perto, como se pode ver neste excelente artigo.

O GBN Defense conheceu a aeronave bem de perto, como se pode ver neste excelente artigo.

INDONESIAN AEROSPACE NC212i

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O CASA C212 chegou a ser cogitado pela FAB, mas acabou não sendo adquirido. Desde então, sua produção na Europa cessou, mas a Indonésia continua fabricando uma versão dele sob licença, o Indonesian Aerospace NC212i, baseado no C212-400 e equipado com dois motores Honeywell TPE-331-12JR-701C.

Além do ATL-100, o NC212i é o único que conta com uma rampa traseira. Pode levar 2,7 toneladas de carga. Sua rampa mede 1,7×1,8m.

DHC6 e L410

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O DHC (de Havilland Canada) 6 Twin Otter e o Let L410 são duas aeronaves de transporte muito utilizadas ao redor do mundo para transporte STOL, mas não acreditamos que sejam adequadas à FAB, pois suas fuselagens e portas são ainda menores que as do Bandeirante.

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CONCLUSÃO

Em termos comerciais, o ATL-100 está em franca desvantagem ante o M28 e o NC212i (que já estão em serviço militar há muito tempo) e o SkyCourier (que está entrando em serviço comercial agora, e certamente verá muitas vendas militares).

Porém, acreditamos que o ATL-100, com sua ampla rampa traseira, seria um digno substituto nacional para o Bandeirante, mas até o momento não parece haver, da parte da FAB, interesse em ajudar no desenvolvimento da aeronave.

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2 Comments

  • blank FSalles

    O melhor avião pra substituir o Bandeco nas FFAA brasileiras é um KC-390 fazendo voos regulares com múltiplas paradas entre as unidades militares na Amazônia. O EMB-110 só foi comprado em grandes numeros no Brasil como forma de alavancar a indústria nacional no início da Embraer. Programas como o CASA 212, e os demais são todos da mesma geração e cumpriam a mesma finalidade. Nos dias atuais um avião deste porte não tem mais mercado. Se toparmos colocar o avião da Desaer em produção ele rapidamente vai ficar sem pedidos. O desinteresse da indústria mundial por este segmento (por absoluta falta de demanda) é mais que evidente pela idade avançadíssima da maioria dos “candidatos” a este programa. Que deus permita que não segamos adiante com essa sandice.

    • Desculpe, mas acredito que esteja completamente equivocado com relação a necessidade de se determinar um substituto ao Bandeirante na FAB, pois jamais um KC-390 será capaz de operar nas pistas e localidades hoje atendidas pelo Bandeirante.
      Outro ponto equivocado, existe sim mercado para aeronaves deste porte, pois ainda existem não só no Brasil, mas em vários países, diversas localidades que só podem ser atendidas por aeronaves com estas características. Inclusive o C-408 esta em fase final de desenvolvimento.

      E não, o Emb-110 não foi comprado apenas para alavancar a Embraer, e sim para fazer a ligação de municípios e regiões isoladas do Brasil.

      Uma aeronave destas características é primordial para ligação e manter o abastecimento dos Pelotões Especiais de Fronteira em regiões isoladas na Amazônia e Pantanal.

      Um forte abraço, continue nos acompanhando, a participação de nossos leitores enriquece o debate

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