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Mulheres ingressam pela primeira vez como marinheiras de carreira

Felicidade, orgulho, sonhos realizados, emoções à flor da pele. Essa é a realidade das 48 jovens que farão parte da primeira turma feminina do Corpo de Praças da Armada da Marinha do Brasil. Elas ingressaram, nessa segunda (16), na Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina (EAMSC), juntamente com 97 homens, totalizando 145 novos alunos.

O Comandante da Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina, Capitão de Fragata André Luiz Vilela de Assis, explica quais foram as principais mudanças realizadas para receber as futuras alunas. “Eu e toda minha tripulação viemos nos preparando há quase um ano para que elas, as candidatas aprendizes, fossem recebidas com a melhor infraestrutura e apoio possíveis. Foram criados banheiros femininos no prédio principal e no laboratório de física e química; o alojamento feminino que já existia foi redimensionado para receber as alunas, e todas as normas internas foram revisadas a fim de adequar a rotina da escola a essa nova realidade”. O Comandante Luiz Vilela não esconde o orgulho em estar à frente da escola em um momento tão marcante. “É uma grande satisfação profissional e pessoal para mim, como Comandante da EAMSC, fazer parte deste processo que ficará registrado na história da Marinha do Brasil”, finalizou.

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A expectativa para o ingresso e, especialmente, sobre a carreira naval é grande por parte das aprovadas e de seus pais. Marisa de Melo, moradora de Criciúma e mãe das gêmeas Gabriela de Melo Gomes e Rafaela de Melo Gomes, aprovadas em 9º e 23º lugar, respectivamente, sente-se muito orgulhosa pela conquista das filhas, mas está com o coração dividido.

“Meu marido e eu estamos felizes e tristes ao mesmo tempo. É uma mistura de emoções porque elas chegaram onde chegaram sozinhas, mérito delas, e triste porque sabemos que criamos filhos para o mundo. Elas vão bater asas e esperamos que o voo delas seja longo”, conta Marisa.

As irmãs são muito unidas, tomam decisões juntas e quiseram até mesmo passar em um concurso público disputado (foram 4.530 inscritas para 48 vagas). Elas estavam no último ano do Ensino Médio, com aulas pela manhã e à tarde, além de aulas de música e inglês. Quando tinham tempo para descansar, não paravam, aproveitavam para treinar para o teste de aptidão física e, especialmente, para imaginar como seria a carreira naval.

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“Todos os dias, conversamos sobre a carreira porque sempre tem alguma curiosidade ou novidade para compartilhar. A ideia de conhecer o mundo com outros olhos e adquirir aprendizados que vão te acompanhar para a vida toda é algo muito motivador”, destaca Rafaela Gomes.

Carolina Ramos Muros Gomes, de 21 anos, aprovada em 8º lugar, destaca a dedicação à nova carreira, que em breve se iniciará. “Minhas expectativas são as melhores. Sei como funciona o militarismo, vou dar o meu melhor e vou tentar me destacar para ter uma boa carreira”, conta ela.

Fazer parte da Marinha não foi apenas a realização de um sonho de infância apoiado por seus pais e irmão, mas também a concretização de querer fazer parte da primeira turma de mulheres em uma Escola de Aprendizes-Marinheiros. “É uma sensação incrível saber que sou da primeira turma de mulheres da EAM. Na verdade, eu já estava estudando com isso em mente, eu ficava pensando o tempo todo ‘eu vou ser da primeira turma’ e aconteceu!”, comemora Carolina Ramos.

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A mãe de Carolina, Marta Ramos, conta que a expectativa é grande para o ingresso da filha, especialmente porque é um momento histórico. “Todos nós aqui estamos muito felizes por ela ter conseguido passar neste concurso e por ser a primeira vez que as mulheres vão entrar na Marinha pela EAM. Por ser a primeira turma, é um momento histórico. Todas estão de parabéns”.

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Marinha do Brasil

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