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“Esquadrão Guerreiro” comemora 58 anos de muitas histórias e feitos

No último dia 1 de junho, o 1° Esquadrão de Helicópteros Antissubmarino (EsqdHS-1), realizou em suas instalações na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA), a cerimônia alusiva aos 58 anos de ativação do Esquadrão, ocorrida em 28 de maio de 1965, através do Aviso Ministerial nº 0830.

O Esquadrão “Guerreiro”, que tem por vocação a guerra antissubmarino (ASW), possui uma capacidade ímpar dentre os meios aéreos com os quais dispõe nossa Esquadra. Hoje operam o moderno SH-16 “SeaHawk”, um dos mais versáteis meios de asas rotativas do mundo, capaz não só de executar sua missão primária de Guerra Antissubmarina (ASW), sendo capaz de lançar ataques contra meios de superfície (ASuW), além de cumprir um vasto leque de missões.

 

 

Criado em 26 de janeiro de 1965 através Decreto nº 55.627, que estabeleceu normas para o emprego de meios aéreos para as operações navais, reformulando a Aviação Naval, tendo como consequência o Aviso Ministerial nº 0830 de 28 de maio de 1965, do Excelentíssimo Senhor Ministro da Marinha, Almirante de Esquadra Paulo Bosísio, que determinou a ativação imediata do 1° Esquadrão de Helicópteros Antissubmarino (EsqdHS-1).

Curiosamente, as primeiras aeronaves do esquadrão foram os Sikorsky SH-34J, transferidos pela Força Aérea Brasileira, oriundos do 2º/1º Grupo de Aviação Embarcada (2º/1º GAE), recebendo na Marinha do Brasil a designação de SH-1, carinhosamente apelidados de “Baleia”, totalizando seis aeronaves (N-3001,N-3002,N-3003,N-3004,N-3005 e N-3006). A tripulação do EsqdHS-1 recebeu instrução e foi qualificada para operação da “nova” aeronave na Base Aérea de Santa Cruz, sendo instruídos pelo pessoal do 2º/1º GAE. Após concluir o período de instruções e certificações, a nova Organização Militar (OM) em julho daquele mesmo ano transladou suas aeronaves para seu novo “ninho” na recém criada BAeNSPA, também conhecida como “Macega”, apelidado dado a base devido as extensas áreas de mata que circundavam então a nova Base.

 

O EsqdHS-1 passou a contar com maior capacidade com a chegada dos robustos Sikorsky SH-3D Sea King, os quais tiveram os primeiros quatro exemplares desembarcando aqui em 29 de abril de 1970, passando a operar os “vetustos” SH-1 (SH-34J) e o majestoso SH-3D Sea King, este representando um enorme salto em capacidades e tecnologia embarcada.

A chegada do SH-3 “Sea King” também trouxe a capacidade de operar noturno com maior segurança, representando um importante ganho, com uma moderna aviônica e capacidade de empregar o temível míssil ar-superfície francês AM39 “Exocet”. Tais máquinas foram ao longo de décadas símbolo de imponência e hoje de nostalgia.

Em agosto de 2012 o Esquadrão se despediu do valente SH-3A/B Sea King, os quais foram substituídos por outra obra-prima da Sikorsky, passando a contar com o Sikorsky S-70B “Seahawk”, designados SH-16 “Seahawk” na Marinha do Brasil, sendo considerada uma das mais capazes aeronaves do tipo, inclusive superando em vários aspectos a variante mais moderna do tipo, o MH-16R. Inicialmente foram quatro aeronaves (N-3032 à N-3035) e posteriormente recebeu mais duas unidades (N-3036 e N-3037), estas seis aeronaves foram adquiridas novas de fábrica, e representam um enorme ganho em capacidade operacional, possuindo um vasto leque de possibilidades de emprego.

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Ao longo destes 58 anos de muita atividade e histórias marcantes, foram empregadas três gerações de aeronaves, mantidas e operadas de maneira segura e profissional para contribuir com a Marinha na missão de detectar, localizar, acompanhar e atacar submarinos e alvos de superfície a fim de contribuir para a proteção das forças e unidades navais.

Ao longo destes 58 anos de história, foram cumpridas incontáveis missões, entre exercícios nos quais foram realizados ataques contra alvos de superfície, afundando navios e atestando as capacidades e adestramento das equipagens no manejo de suas aeronaves e operando complexos sistemas de armas, como também em missões reais de resgate no mar e apoio a população civil diante de calamidades e desastres naturais.

O Esquadrão HS-1 possui uma rica história de conquistas e feitos memoráveis, tendo o pioneirismo em seu DNA e a garra que define um “Guerreiro”, contando com uma invejável folha de serviço, tendo realizado inúmeras missões, várias vezes protagonizaram resgates no mar, salvando inúmeras vidas.

O “Esquadrão Guerreiro” também possui um vasto número de prêmios e menções honrosas. Dentre as diversas citações meritórias já recebidas, o HS-1 realizou em alto mar, a 150 milhas de Vitória, um salvamento noturno sob condições adversas, resgatando com sucesso duas vidas no dia 8 de janeiro 1989, sendo laureado por este feito pela Sikorsky Helicopter, a qual agraciou o Esquadrão HS-1 com Diploma e Distintivo “Sikorsky Helicopter Rescue Award – For skill and courage while participating in a lifesaving mission with a Sikorsky Helicopter”.

O Esquadrão foi também consagrado por duas vezes consecutivas nos anos de 1994, 1995 e novamente em 1998 com o “Prêmio Contato CNTM”, outorgado pelo Comando do Controle Naval do Tráfego Marítimo (ComCoNTraM), que é destinado às unidades aéreas da Marinha do Brasil que mais contribuem para o controle do tráfego marítimo no país, lembrando que neste ano, o navio russo “Yantar” foi abordado no dia 17 de fevereiro por uma aeronave SH-16 do HS-1, a qual realizou esclarecimento visual e contato com navio que se encontrava em situação suspeita à 75 NM da Boca da Barra no Rio de Janeiro.

Em abril de 1995, o HS-1 foi agraciado com a “Menção Honrosa para Unidades de Helicópteros” da Revista Aérea do Chile, pelo sucesso obtido durante uma operação de resgate no mar em maio de 1994. O Esquadrão recebeu em 1987 e 1995 o “Troféu de Segurança de Aviação” do Serviço de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Marinha (SIPAerM).

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No último ano, o Esquadrão “Guerreiro” realizou inúmeros feito, dos quais podemos destacar algumas importantes missões cumpridas ao longo do último ano, como as evacuações aeromédicas (EVAM) no Navio
MINANUR CEBI 1 e no Navio MSC SEASHORE, isso sem mencionar as dezenas de exercícios e operações, com destaque para consolidação da doutrina do voo assistido por Óculos de Visão Noturna (OVN) em operações embarcadas a bordo do NAM Atlântico, bem como os voos em formatura noturna com OVN, realizado pela primeira vez na “Operação Furnas 2023”, operando em conjunto com as aeronaves do Esquadrão “Pégasus” (EsdqHU-2).

Ao longo de 58 anos, foram realizadas cerca de 66.200 horas de voo, sendo aproximadamente 13.500 horas em voos ASW e 500 horas de voo assistidos por Óculos de Visão Noturna (OVN). Ainda realizaram mais de 16.300 pousos a bordo. Operando a bordo inúmeras vezes no saudoso NAeL Minas Gerais, em Navios de Desembarque Doca e de Carros de Combate, no NAe São Paulo, no NAM Atlântico, NDCC Almirante Sabóia, NDM Bahia, além de navios de Marinhas Amigas.

Parabéns aos nossos “Guerreiros” pelos excelentes serviços prestados á nossa pátria ao longo destes 58 anos, e nós do Brasil Defesa, desejamos muito sucesso em sua valorosa missão.

AD ASTRA PER ASPERA!

No ar, os Homens do Mar!!!

Um viva a Marinha do Brasil!!!

 

Por Angelo Nicolaci

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